domingo, 8 de agosto de 2010

Domingão na rua

Dia dos Pais.
Mais uma data comercial, para celebrar algo que é natural, sendo bom ou ruim.
Meu pai está no sítio.
Eu acordei com a rinite brava, e meio ressaqueada.
Não animei a pegar a estrada.
Estava em casa, assistindo tv, lendo e com o Toddy deitado aos pés da cama, quando toca a campainha.




Era a Maria Clara, de 11 anos, com seu labrador, o Fubá.
Me chamando para levar o Toddy para brincar com o Fubá na rua.
Eu estava com preguiça de sair, mas pensei: Ah, o que custa, uns dez, quinze minutos, e eu volto para meu casulo.



Coloquei a coleira e a guia no Toddy, e saímos. Chegando na esquina, estavam os pais da Maria, com o irmãozinho dela, de 14 anos, e três jovens, entre 11 e 14 anos.

Maria é louca por cães. Não se importa de ser babada, arranhada, arrastada pelo monstrinho desenfreado, e ele sente isso, e apronta todas. Eu fico meio sem graça, afinal, é o meu cão, e se ele é mal educado, a culpa seria minha, né?
Mas os pais dela, meus vizinhos, são super tranquilos, e também não ligam de se sujar para brincar com os cachorros. A Lu é irmã de um colega do segundo grau, é pouco mais velha que eu, e o marido dela também. Temos pouco contato, mesmo como vizinhos, mas adorei passar mais tempo. Outros vizinhos passaram, ficaram alguns minutos, conversaram. Alguns eu nem sabia que eram vizinhos.

Então, nos sentamos na esquina, com os cães se conhecendo, e a gente conversando e observando.

Toddy está com 13 meses, e pesa uns 40 kg. Fubá é mais velho, mas um pouco menor. Só que o Toddy ainda é moleque, e logo se submeteu ao cão mais velho.

Depois de pular em cima de todo mundo, me matar de vergonha, correr para lá e para cá, derrubar a Maria no chão... ele sossegou. E ficou deitado do meu lado, e não adiantava a Maria chamar para brincar.

Então resolvi soltar a guia, e ver o que ele ia aprontar. Ele foi um amor. Ficou na dele, brincou com todas as crianças, até com uma menininha de no máximo uns dois anos, minha xará, que adora cachorros. Eu fiquei com medo dele derrubá-la sem querer, já que ele não tem noção do tamanho e da força que tem. Mas ele foi um gentleman, deixou a Renatinha até abracá-lo, sem tentar subir em cima dela.

E o tempo passou, acabei aceitando um copo de cerveja, que se tornou dois, três... E o tempo passou, a tarde acabou.

Toddy se divertiu como nunca, e eu também me diverti.

Foi como voltar a uma época de inocência, quando havia seis ou sete casas no quarteirão, todo mundo se conhecia, os adolescentes paqueravam, as crianças jogavam queimada, e a gente ficava na rua até dez, onze da noite.

Me lembrei da música do Rappa: "as crianças brincando na rua, como se fosse no quintal, a cerveja gelada na esquina, como se espantasse o mal".

Saudade de jogar queimada na rua...







Nenhum comentário:

Postar um comentário